terça-feira, 22 de maio de 2012


Empresa é a maior empregadora de tecnólogos no Ceará

           O maior produtor de banana do Nordeste é também o maior empregador individual de tecnólogas formadas pela unidade do Instituto Centro de Ensino Tecnológico (Centec) de Limoeiro do Norte, com cinco contratadas desde janeiro de 2001. A empresa fatura de R$ 300 mil a R$ 400 mil por mês com a produção semanal de 300 a 400 toneladas de banana de oito tipos.
O empresário João Teixeira Júnior, com três fazendas na área do perímetro irrigado Jaguaribe-Apodi (Dija), detém também a liderança em produtividade, com 35 toneladas a 40 toneladas colhidas por hectares. Hoje, possui 473 hectares em produção e tem ainda 1.200 hectares para futuros projetos.
Cinco tecnólogas - duas de Alimentos e três da área de Irrigação - ocupam posição chave na empresa e praticamente tocam a produção, pós colheita, controle de qualidade e comercialização na fazenda Frutacor. João Teixeira Júnior disse que entregou cargos de chefia para as cinco tecnólogas formadas pelo Centec, colocadas em funções de comando nas áreas de vendas, comércio e finanças da Frutacor.
A equipe tem autorização até para assinar cheques, informa. “Uma das coisas com que me preocupei desde o início da produção, em 1996, foi com gente. Quem quiser ter sucesso, tem que contar com a juventude”, aconselha. Nos 17 integrantes do staf de chefia, o mais velho é o agrônomo com 35 anos. São seis mulheres em cargos de chefia. “As mulheres mandam nos homens”, afirma.
A Frutacor tem 420 hectares em produção, além de comercializar a colheita de 32 parceiros no total de 400 hectares adicionais de banana, aos quais dá assistência técnica. “Este volume de produção nos dá ganho em escala e impõe a nossa presença no mercado”, disse João Teixeira.
O produtor rural é engenheiro civil formado em 1974. Mas hoje dedica 80% do tempo ao setor primário. Este ano, a empresa realizou duas pulverizações aéreas extensivas aos parceiros, para o combate à praga da sinatoga. Segundo ele, a parceria firmada em torno da banana vai ser estendida às outras culturas que estão sendo iniciadas.
“Quando a tecnologia estiver validada, estendemos aos parceiros”. Já estão sendo colhidos os primeiros frutos de mamão. O Banco do Nordeste financia o custeio. A Frutacor se compromete a fazer a comercialização, ficando com 10% sobre a venda. “Não somos intermediários, mas prestadores de serviço”, conceitua.

“Conhecimento técnico”

"A chegada do Centec contribuiu muito com a mão-de-obra. Tínhamos uma carência grande de encontrar um técnico com formação diferente da média", diz o gerente geral, o agrônomo José Aldair Gomes Costa. Segundo ele, as tecnólogas formadas pelo Centec "têm um conhecimento técnico muito bom. Observei no início que eram pessoas que precisavam de uma vivência mais profunda do negócio, mas que têm uma vontade muito grande de conseguir emprego para ter o seu espaço definido".
Este ano, a Frutacor pretende diversificar a produção. "O negócio de banana está cada vez mais afunilando", afirma o gerente. A empresa desenvolve um projeto piloto com 4 hectares de uva, 12 hectares de mamão, 4 hectares de graviola, 1 hectare de maracujá e 1,5 hectare de sapoti. São culturas em fase de observação e adaptação, nas quais a empresa estuda o manejo.
"Se quer diversificar em escala maior, tem que ter essas culturas testadas", explica Aldair Costa. Para ele, o Centec, além de capacitar a mão-de-obra, possibilitou melhorias à empresa através da infra-estrutura de laboratórios. "Deixamos de enviar análises para São Paulo. Além de não ter mais o custo com correio, quando precisamos conversar com as pessoas que estão fazendo os exames, é mais fácil do que ir a São Paulo", compara.
          "Estamos encarando o Centec como parceiro mesmo. Por diversas vezes temos feito análise de água para irrigação, de solo e de folha. É um instrumento que nós temos para tomar decisão sobre a forma de adubar", avalia Aldair Costa. A Frutacor iniciou a produção com 18 hectares de banana, em 1997, e hoje abastece os mercados do Nordeste o ano todo e, no segundo semestre, o de São Paulo.


Reportagem de Flamínio Araripe publicada em 2008 no seu blog (http://frutos-educacao-tecnologica.blogspot.com.br)

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