Centec de Limoeiro do Norte - Frutacor aposta na liderança de 5 tecnólogas
Empresa é a maior empregadora de tecnólogos no Ceará
O maior produtor de banana do Nordeste é também o maior
empregador individual de tecnólogas formadas pela unidade do Instituto
Centro de Ensino Tecnológico (Centec) de Limoeiro do Norte, com cinco
contratadas desde janeiro de 2001. A empresa fatura de R$ 300 mil a R$
400 mil por mês com a produção semanal de 300 a 400 toneladas de banana
de oito tipos.
O
empresário João Teixeira Júnior, com três fazendas na área do perímetro
irrigado Jaguaribe-Apodi (Dija), detém também a liderança em
produtividade, com 35 toneladas a 40 toneladas colhidas por hectares.
Hoje, possui 473 hectares em produção e tem ainda 1.200 hectares para
futuros projetos.
Cinco
tecnólogas - duas de Alimentos e três da área de Irrigação - ocupam
posição chave na empresa e praticamente tocam a produção, pós colheita,
controle de qualidade e comercialização na fazenda Frutacor. João
Teixeira Júnior disse que entregou cargos de chefia para as cinco
tecnólogas formadas pelo Centec, colocadas em funções de comando nas
áreas de vendas, comércio e finanças da Frutacor.
A
equipe tem autorização até para assinar cheques, informa. “Uma das
coisas com que me preocupei desde o início da produção, em 1996, foi com
gente. Quem quiser ter sucesso, tem que contar com a juventude”,
aconselha. Nos 17 integrantes do staf de chefia, o mais velho é o
agrônomo com 35 anos. São seis mulheres em cargos de chefia. “As
mulheres mandam nos homens”, afirma.
A
Frutacor tem 420 hectares em produção, além de comercializar a colheita
de 32 parceiros no total de 400 hectares adicionais de banana, aos
quais dá assistência técnica. “Este volume de produção nos dá ganho em
escala e impõe a nossa presença no mercado”, disse João Teixeira.
O
produtor rural é engenheiro civil formado em 1974. Mas hoje dedica 80%
do tempo ao setor primário. Este ano, a empresa realizou duas
pulverizações aéreas extensivas aos parceiros, para o combate à praga da
sinatoga. Segundo ele, a parceria firmada em torno da banana vai ser
estendida às outras culturas que estão sendo iniciadas.
“Quando
a tecnologia estiver validada, estendemos aos parceiros”. Já estão
sendo colhidos os primeiros frutos de mamão. O Banco do Nordeste
financia o custeio. A Frutacor se compromete a fazer a comercialização,
ficando com 10% sobre a venda. “Não somos intermediários, mas
prestadores de serviço”, conceitua.
“Conhecimento técnico”
"A chegada do Centec contribuiu muito com a mão-de-obra. Tínhamos uma carência grande de encontrar um técnico com formação diferente da média", diz o gerente geral, o agrônomo José Aldair Gomes Costa. Segundo ele, as tecnólogas formadas pelo Centec "têm um conhecimento técnico muito bom. Observei no início que eram pessoas que precisavam de uma vivência mais profunda do negócio, mas que têm uma vontade muito grande de conseguir emprego para ter o seu espaço definido".
Este
ano, a Frutacor pretende diversificar a produção. "O negócio de banana
está cada vez mais afunilando", afirma o gerente. A empresa desenvolve
um projeto piloto com 4 hectares de uva, 12 hectares de mamão, 4
hectares de graviola, 1 hectare de maracujá e 1,5 hectare de sapoti. São
culturas em fase de observação e adaptação, nas quais a empresa estuda o
manejo.
"Se
quer diversificar em escala maior, tem que ter essas culturas
testadas", explica Aldair Costa. Para ele, o Centec, além de capacitar a
mão-de-obra, possibilitou melhorias à empresa através da
infra-estrutura de laboratórios. "Deixamos de enviar análises para São
Paulo. Além de não ter mais o custo com correio, quando precisamos
conversar com as pessoas que estão fazendo os exames, é mais fácil do
que ir a São Paulo", compara.
"Estamos
encarando o Centec como parceiro mesmo. Por diversas vezes temos feito
análise de água para irrigação, de solo e de folha. É um instrumento que
nós temos para tomar decisão sobre a forma de adubar", avalia Aldair
Costa. A Frutacor iniciou a produção com 18 hectares de banana, em 1997,
e hoje abastece os mercados do Nordeste o ano todo e, no segundo
semestre, o de São Paulo.
Reportagem de Flamínio Araripe publicada em 2008 no seu blog (http://frutos-educacao-tecnologica.blogspot.com.br)
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